A votação foi acompanhada pelo cônsul honorário do Reino Unido e por representantes da Bodebrown (Foto: Rodrigo Fonca/CMC)

Mata Atlântica: cidades do Paraná estão entre as que mais desmatam

Dois municípios do Paraná aparece no top 10 do ranking das cidades que mais desmatam Mata Atlântica no Brasil. Elas são ..

Dois municípios do Paraná aparece no top 10 do ranking das cidades que mais desmatam Mata Atlântica no Brasil. Elas são Nova Laranjeiras, que aparece na quarta posição, e Guarapuava, que ficou em sétimo lugar.

Os dados são do Atlas dos Municípios da Mata Atlântica 2020, uma iniciativa da Fundação SOS e do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Especiais). Entre 2018 e 2019, foram desmatados 14.502 hectares, um crescimento de 27% após dois períodos consecutivos de queda.

No período, 71% do desmatamento ocorreu em menos de 3% dos municípios do bioma, que envolve 3.429 cidades. Aproximadamente 400 dela desmataram a Mata Atlântica, representando pouco mais de 10% das cidades. E essa também foi a média de municípios desmatadores dos últimos 10 anos, apesar de existir uma variação entre 200 e 550 cidades por ano.

A cidade piauiense de Manoel Emídio lidera a lista com 889 hectares desmatados no período analisado.

DESMATAMENTO DA MATA ATLÂNTICA NO PARANÁ

No Paraná, as duas cidades que aparecem no ranking que mais desmataram a Mata Atlântica ficam na região centro-sul. Nova Laranjeiras desmatou 332 hectares, já Guarapuava perdeu 218 hectares do bioma.

Segundo Mario Mantovani, diretor de Políticas Públicas da Fundação SOS Mata Atlântica, a não aplicação, ou o afrouxamento da chamada Lei da Mata Atlântica, estão sendo extremamente nocivos ao bioma.

“É uma covardia com o que resta de floresta poque nós estamos falando de municípios e de Mata Atlântica onde a lei só se aplica ao que sobrou de floresta, ou seja, nós só temos 88% de possibilidades de trabalhar do Piauí ao Rio Grande do Sul e só 12% com cobertura de área florestal protegida pela lei, então, a lei não abrange todo e qualquer lugar”, explicou Mantovani.

O diretor ainda lembrou que a lei da permite a exploração responsável e sustentável da floresta. “Não pode ser o uso indiscriminado tirando Araucária, como é que foi a pressão sempre na lei da Mata Atlântica para que se devastasse o 1% que resta dessa floresta original e a gente não pode perder o código genético dessa floresta.”

Segundo o diretor de políticas públicas da Fundação SOS Mata Atlântica, as cidades onde ocorrem os desmatamentos mais intensos são classificadas como zonas de conflito e são nesses locais que são registrados os crimes ambientais.

“O que nós estamos buscando é que nesses municípios onde tem cobertura florestal maior se crie um ICMS ecológico para garantir esses proprietários rurais, que se criem condições para que não se perca essa floresta e se faça produtos que possam ser certificados”, finalizou.