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Mensagens com ameaças a favor de Bolsonaro viram alvo de investigação no Paraná

Mensagens com ameaças a favor de Bolsonaro viram alvo de investigação no Paraná

Em nota, a Federação Brasil da Esperança (PT/PCdoB/PV) afirmou que apresentou uma notícia-crime contra o governador Ratinho Junior

Patrícia Campos Mello - Folhapress - sábado, 24 de setembro de 2022 - 17:14

A Associação Data Privacy Brasil de Pesquisa vai entrar com uma representação urgente no Ministério Público cobrando investigação de denúncias sobre disparos em massa de SMS a favor do presidente Jair Bolsonaro (PL).

Os disparos ocorreram na manhã deste sábado (24) e saíram de um número de telefone de uma empresa de tecnologia de informação do Governo do Paraná.

Os disparos foram relatados por diversas pessoas. A mensagem diz: “Vai dar Bolsonaro no primeiro turno! Senão, vamos a rua para protestar! Vamos invadir o congresso e o STF! Presidente Bolsonaro conta com todos nós!!

Procurado, o governo paranaense diz que o caso está sob investigação. Uma das linhas de apuração é que a origem do disparo em massa possa estar relacionada a um ataque hacker a uma empresa terceirizada.

“O Governo do Estado do Paraná repudia qualquer tentativa de uso político ou manifestação antidemocrática e determinou à Celepar apuração célere junto a seus parceiros para responsabilização desse fato lamentável. O fato ocorreu a partir de uma empresa terceirizada e ela já foi notificada pela Celepar”, afirma o governo Ratinho Júnior, candidato à reeleição e aliado de Bolsonaro.

O número de origem da mensagem é usado, por exemplo, para o envio de informações sobre IPVA e carteira de motorista.


NOTA DO PT (FEDERAÇÃO BRASIL DA ESPERANÇA)

“A Federação Brasil da Esperança do Paraná apresentou hoje (24) notícia crime contra o governador do estado e candidato à reeleição Ratinho Junior. O político é acusado de, com integrantes de seu governo, utilizar o Paraná Inteligência Artificial (PIA) e o Detran-PR para disseminar mensagens instantâneas (SMS) antidemocráticas. A Federação solicitou instauração de inquérito policial para averiguar a denúncia de crimes eleitoral e contra a ordem democrática por parte do Estado do Paraná. Também foi encaminhada cópia ao Tribuna Superior Eleitoral (TSE) para que seja avaliada a prática de abuso de poder em favor do candidato Jair Bolsonaro e violação da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) por uso de dados pessoais de eleitores para benefício eleitoral e a prática de crimes.

‘Usar a máquina pública para promover uma candidatura é crime! A propaganda irregular pró-Bolsonaro, enviada por SMS por um canal oficial do Governo do Estado é um abuso que deve ser punido urgentemente. A nossa democracia é as regras eleitorais devem ser respeitadas’, alerta Arilson Chiorato, presidente da Federação Brasil da Esperança do Paraná.  

Na manhã desse sábado, diversos  eleitores receberam mensagens solicitando votos para o candidato à presidência Jair Bolsonaro, apoiador da candidatura de Ratinho Jr. As mensagens ainda incitam as pessoas a invadirem o Superior Tribunal Federal (STF) e o Congresso Nacional caso o atual presidente não seja reeleito no primeiro turno das eleições em curso.

Para o advogado da Federação, Luiz Peccinin, “os fatos são gravíssimos. Envolvem abuso da máquina, crimes eleitorais e contra a democracia, além do uso ilegal de dados pessoais de eleitores em poder do Estado do Paraná. O governo e o candidato à reeleição devem explicações à sociedade e à justiça eleitoral”.

Também são alvos da denúncia Darvi Piana, vice-governador do Estado do Paraná; João Evaristo Debiasi, secretário de Comunicação e Cultura do estado; Leandro Victorino de Moura, diretor-presidente da Celepar; e Adriano Furtado, diretor-geral do Detran-PR.”

NOTA DO GOVERNO DO PARANÁ

“As mensagens de cunho político enviadas por SMS foram feitas a partir de uma empresa terceirizada, a Algar Telecom, sem qualquer iniciativa e envolvimento da Celepar e do Governo do Estado. Em nenhum momento a Celepar teve ciência, autorizou ou enviou qualquer tipo de mensagem.  

O caso é grave e os responsáveis serão penalizados na forma da lei. Os órgãos policiais e eleitorais já foram acionados em todas as esferas e os boletins de ocorrência realizados para fins de investigação.

A Celepar notificou a empresa terceirizada para que preste os esclarecimentos de acordo com os parâmetros contratuais e repudia qualquer tentativa de uso político, eleitoreiro ou manifestação antidemocrática a partir de suas plataformas de serviços e trabalha ativamente para combater esse tipo de atitude.

A Celepar e o Governo do Estado foram vítimas desse crime.”

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