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Mês da Consciência Negra: UEL destina 45% das vagas para cotas raciais e sociais

Mês da Consciência Negra: UEL destina 45% das vagas para cotas raciais e sociais

Força-tarefa de professores e estudantes percorre escolas públicas de Londrina para fortalecer informações sobre cotas raciais e sociais e as ações afirmativas da UEL

Redação - domingo, 6 de novembro de 2022 - 13:00

Em novembro, mês da Consciência Negra, uma força-tarefa formada por professores e entidades representativas de estudantes da Universidade Estadual de Londrina (UEL) vai percorrer escolas públicas da região de Londrina para fortalecer informações sobre cotas raciais e sociais e as ações afirmativas da instituição. O objetivo é convidar estudantes negros e pardos a participar do Vestibular 2023.

As inscrições do processo seletivo estão abertas até 8 de novembro, no site da Cops.

A instituição oferta 3.100 vagas para 52 cursos. As cotas instituem 20% desse total para estudantes de escolas públicas, 20% para estudantes negros provenientes do ensino público e 5% para negros independente do percurso de formação escolar. Outros 5% são reservados para pessoas com deficiência (PcD).

 As provas serão realizadas em março e abril de 2023, em duas fases.

A força-tarefa que divulga as cotas é formada por integrantes da Coordenadoria de Processos Seletivos (Cops), Núcleo de Estudos Afro Brasileiros (Neab), Programa de Apoio à Permanência (Prope), Pró-reitoria de Graduação (Prograd) e Diretório Central do Estudantes (DCE), com apoio dos Grêmios Estudantis formados pelos estudantes do Ensino Médio.

A professora Sandra Garcia, da Coordenadoria de Processos Seletivos da UEL, ressalta que a proposta é que o trabalho seja permanente, como um diálogo com esse público. Das mais de 150 escolas públicas estaduais existentes na região, cerca de 85 já foram visitadas e a proposta é realizar uma divulgação intensa nos próximos dias, que antecedem o fim do prazo de inscrição para o Vestibular 2023.

“Queremos fortalecer a informação de que o jovem precisa se profissionalizar, um processo constante. Até para abrir novos caminhos para a família”, afirma a coordenadora.

Política de cotas nas universidades

A reserva de vagas para estudantes de escolas públicas, negros e pardos na UEL está completando 17 anos em 2022, com resultados animadores, a partir da inclusão de jovens moradores da periferia no Ensino Superior Público. 

A diretora do Núcleo de Estudos Afro Brasileiros (Neab), professora Marleide Ferreira, pondera, entretanto, que a pandemia afetou de forma ímpar as famílias pobres, com impactos junto às camadas mais vulneráveis. Ela afirma que o estudante negro de família pobre precisa conciliar a frequência escolar com o trabalho, o que representa um diferencial a ser considerado quando se trata de acesso ao Ensino Superior.

A diretora sustenta que, apesar dos 17 anos de implantação das cotas sociais e raciais na UEL e 10 anos nas Universidades Federais, ainda existe muita resistência sobre o direito desses estudantes. “Inegável que a política de cotas tem mudado o destino de famílias, porque se trata de conquista não pessoal, mas de uma geração”, define. 

Para a diretora, é fundamental fortalecer a informação sobre reserva de vagas, inclusive mobilizando outros estudantes. O foco é dar amplitude para as inscrições abertas para o Vestibular 2023 e as ações afirmativas existentes na Universidade.

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