Pedro Ribeiro

Na Assembleia Geral 2024 da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP), o presidente reeleito, Ágide Meneguette, disse que é preciso mobilização em todos os municípios. “Se quisermos pressionar o poder público e fazer valer a nossa vontade, não será apenas enviando ofícios. Estamos vivendo um momento complicado e teremos que exercer pressão com mobilização nos nossos municípios”, pontuou Meneguette.

O deputado federal e presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, Pedro Lupion, também presidente ao encontro, ponderou: “o produtor rural tem que nos pautar, apresentar as demandas, para que possamos correr atrás lá em Brasília. Não existe nada que a FPA consiga fazer sozinha. Quando a gente consegue nos organizar, ninguém nos segura”.

A coesão que caracteriza o setor agropecuário paranaense vai continuar a prevalecer nos próximos anos. Isso ficou evidente na Assembleia Geral 2024 da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP), realizada em 29 de janeiro, e que elegeu a chapa liderada pelo atual presidente, Ágide Meneguette, para comandar a entidade no próximo triênio 2024/27.

Prestigiada por 150 lideranças sindicais, entre presidentes, diretores e delegados de 108 sindicatos rurais, e por líderes políticos estaduais e nacionais, o ato teve como tônica a necessidade de união do setor em todos os âmbitos, começando na base: os municípios.

 O evento também enumerou pontos prioritários do setor agropecuário ao longo deste ano, nos quais os produtores devem permanecer vigilantes para evitar retrocessos. Em seu pronunciamento de abertura, Meneguette enumerou casos em que essa mobilização rendeu bons resultados, como o movimento de produtores rurais contra a criação de uma taxação a produtos agropecuários para manter um fundo de infraestrutura e o levante contra a intenção de redução do percentual de umidade da soja.

 O presidente da FAEP mencionou, ainda, ações como o apoio à Comissão Estadual de Mobilização das Mulheres da FAEP (CEMF) e a contratação da Embrapa Territorial para desenvolver um estudo sobre a disponibilidade hídrica do Paraná e sobre tecnologias de reuso de resíduos. “Nós precisamos de mobilização em todos os municípios. Se quisermos pressionar o poder público e fazer valer a nossa vontade, não será apenas enviando ofícios. Estamos vivendo um momento complicado e teremos que exercer pressão com mobilização nos nossos municípios”, disse Meneguette.

A Assembleia Geral contou com a participação de parceiros do setor agropecuário. Em âmbito estadual, estiveram presentes o secretário estadual de Indústria, Comércio e Serviços, Ricardo Barros; e a ex-governadora Cida Borghetti. Em nível federal, compuseram a mesa os deputados federais Pedro Lupion, que também é presidente da Frente Parlamentar Agropecuária (FPA); Tião Medeiros, que preside a Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados; e Sergio Souza, ex-presidente da FPA.

Todos também destacaram que é imprescindível que o setor esteja em consonância, na defesa incondicional dos interesses da categoria. Resistência Destacando a relevância do setor agropecuário – que responde por um terço do Produto Interno Bruto (PIB) e por um quarto dos empregos gerados –, o deputado Pedro Lupion frisou que a eficiência da FPA está diretamente relacionada à participação de agricultores e pecuaristas nos municípios. Além disso, a bancada ruralista está amparada pelo apoio de mais de 60 entidades, que dão embasamento e ampliam a força política do bloco para atuar em favor dos produtores rurais. Ele conclamou os presidentes de sindicatos rurais do Paraná a continuarem mobilizando suas bases.

 “O produtor rural tem que nos pautar, apresentar as demandas, para que possamos correr atrás lá em Brasília. Não existe nada que a FPA consiga fazer sozinha. Quando a gente consegue nos organizar, ninguém nos segura”, disse o parlamentar. Assim como outros líderes, Lupion elencou o que chamou de “ataques” ao setor agropecuário. Como principal exemplo, o parlamentar mencionou a decisão do ministro Luiz Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), de suspender ações judiciais que travavam o processo de demarcação de terras indígenas em Guaíra, no Oeste do Paraná.

Para o deputado, a decisão afronta o novo Marco Temporal, recém-aprovado e promulgado pelo Congresso. Lupion garantiu que a FPA já se articula para reverter a decisão. Além disso, ele aponta que o episódio não se deu “por acaso”, mas que foi pensado para atacar o setor agropecuário. “Não vejo como não haver uma decisão de pleno [do colegiado do STF] e reformar essa decisão do Fachin. Nosso jurídico está trabalhando e estamos buscando efetivamente uma solução”, garantiu. “Mas há um grande interesse por trás disso. Existe interesse político por áreas e comando local. Há uma guerra de narrativas constante para atacar a gente e para punir nosso setor”, avaliou. Lupion também analisou de forma crítica a relação do governo federal com o setor agropecuário.

Ele questionou a falta de aportes para a subvenção ao seguro rural e os recursos insuficientes previstos para o Plano Safra. Para o deputado, a condição dos produtores é de resistência. “Como sobrevive sem seguro, sem crédito, com seca e com números que estamos vendo para a safra neste ano?”, questionou. “A tranquilidade que vocês podem ter é que existe uma bancada que efetivamente trabalha pelos interesses do nosso setor”, concluiu, exaltando a união