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Museu da Língua Portuguesa, programa obrigatório em São Paulo

Museu da Língua Portuguesa, programa obrigatório em São Paulo

Um programa imperdível para quem visita São Paulo é a visita ao Museu da Língua Portuguesa. Recuperado depois de passar ..

Martha Feldens - sábado, 13 de novembro de 2021 - 10:00

Um programa imperdível para quem visita São Paulo é a visita ao Museu da Língua Portuguesa. Recuperado depois de passar por um incêndio, e reaberto desde 31 de julho deste ano, é um paraíso para quem gosta de conhecer as origens e  as sutilezas do idioma pátrio. A língua trazida pelos colonizadores portugueses ganhou aqui a contribuição dos idiomas falados pelos povos originários e o acréscimo trazido pelos imigrantes. E o museu retrata exatamente isso: o português brasileiro é uma língua viva e enriquecida por muitas fontes.

Na Estação da Luz, em pleno centro de São Paulo, fica um dos primeiros museus totalmente dedicados a um idioma. Ali, na histórica estação de trens, o museu celebra a língua como elemento fundador da cultura nacional. Propicia experiências interativas, conteúdo audiovisual e ambientes imersivos aos visitantes. Um verdadeiro mergulho na história e na diversidade do idioma falado por cerca de 261 milhões de pessoas em todo o mundo.

A exposição principal, no segundo e terceiro andares, traz experiências inéditas e outras que já existiam antes do incêndio, em 2015, depois de 10 anos de funcionamento. Entre as novas instalações estão “Línguas do Mundo”, que destaca 23 das mais de 7 mil línguas faladas hoje no planeta; “Falares”, que traz os diferentes sotaques e expressões do idioma no Brasil; e “Nós da Língua”, que apresenta a língua portuguesa no mundo, com os laços e a diversidade cultural da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP).

Seguem no acervo do museu as principais experiências, como a instalação “Palavras Cruzadas”, que mostra as línguas que influenciaram o português no Brasil; e a “Praça da Língua”, espécie de ‘planetário do idioma’ que homenageia a língua portuguesa escrita, falada e cantada, em um espetáculo imersivo de som e luz.

Com curadoria de Isa Grinspum Ferraz e Hugo Barreto, o conteúdo foi desenvolvido com a colaboração de escritores, linguistas, pesquisadores, artistas, cineastas, roteiristas, artistas gráficos, entre outros profissionais de vários países de língua portuguesa.

São nomes como o músico José Miguel Wisnik, os escritores José Eduardo Agualusa, Mia Couto, Marcelino Freire e Antônio Risério, a slammer Roberta Estrela D’Alva e o documentarista Carlos Nader. Entre os participantes de experiências presentes na expografia estão artistas como Arnaldo Antunes, Augusto de Campos, Laerte, Guto Lacaz, Mana Bernardes e outros.

Já a exposição temporária de reabertura do Museu, “Língua Solta”, que fica em cartaz até 3 de outubro, traz a língua portuguesa em seus amplos e diversos desdobramentos na arte e no cotidiano. Com curadoria de Fabiana Moraes e Moacir dos Anjos, a mostra conecta a arte à política, à vida em sociedade, às práticas do cotidiano, às formas de protesto e de religião, em objetos sempre ancorados no uso da língua portuguesa.

(Com informações da assessoria de imprensa do Museu da Língua Portuguesa)

 

SAIBA MAIS SOBRE AS EXPOSIÇÕES

EXPOSIÇÃO TEMPORÁRIA (1º Andar)

O 1º andar do Museu é dedicado às exposições temporárias. A mostra “Língua Solta”, que traz os diversos desdobramentos da língua portuguesa na arte e no cotidiano, marca a reinauguração do espaço. São 180 peças que vão desde mantos bordados por Bispo do Rosário até uma projeção de memes do coletivo Saquinho de Lixo, com curadoria de Fabiana Moraes e Moacir dos Anjos. Os visitantes têm contato com o embaralhamento proposto pelos curadores, conectando a arte à política, à vida em sociedade, às práticas do cotidiano e às formas de protesto, de religião e de sobrevivência – sempre atravessados pela língua portuguesa. Cartazes de rua, cordéis, brinquedos, revestimento de muros e rótulos de cachaça se misturam a obras de artistas como Mira Schendel, Leonilson, Rosângela Rennó e Jac Leirner, entre outros. Esta exposição fica em cartaz até 3 de outubro, sendo substituída, em novembro, por outra que tratará da imigração contemporânea no Brasil.

EXPOSIÇÃO PRINCIPAL (2º e 3º andares)

2º andar – Viagens da Língua. Experiências:

Línguas do mundo – Em uma das novas experiências do museu, 23 mastros se espalham pelo hall do 2º andar, cada um com áudios em um idioma. São saudações, poemas, trechos de textos e canções em gravações feitas por falantes de português, espanhol, italiano, alemão, francês, inglês, russo, hindi, grego, armênio, farsi, árabe, iídiche, mandarim, japonês, coreano, turco, yorubá, quimbundo, quéchua, guarani-mbyá, yanomami e basco. As línguas foram escolhidas entre as 7 mil existentes no mundo segundo os critérios de seus laços com o Brasil – principalmente pela imigração – ou por representarem diferentes regiões do mundo e suas famílias linguísticas.

Laços de família – O tema das várias línguas do mundo e sua organização em famílias segue pela parede do corredor da Rua da Língua. Um diagrama animado desenvolve-se para mostrar a evolução da família indo-europeia, da qual o português faz parte, e o parentesco entre grupos linguísticos.

Rua da Língua – A instalação que se estende por toda a Grande Galeria – mimetizando a linha do trem da Estação da Luz alguns andares abaixo – teve seu conteúdo todo renovado. Para convidar o visitante a refletir sobre a linguagem na vida urbana contemporânea, as telas “se transformam” em paredes, murais, outdoors. Como nas ruas das cidades, ali surgem a poesia-relâmpago dos fragmentos verbais eruditos e populares: expressões, provérbios, pichações, poemas, propaganda, inscrições anônimas da grande cidade, em desenhos surpreendentes. São criações de artistas como Augusto de Campos, Arnaldo Antunes, Guto Lacaz, Felipe Grinaldi, Fábio Moraes, GG (Susto), Mana Bernardes e Coletivo Bijari, a partir da consultoria especializada de José Miguel Wisnik e Antonio Risério, com roteirização de Wisnik e Leandro Lima. A experiência tem trilha sonora original de Alê Siqueira e Cid Campos.

Beco das palavras – Uma das experiências que se mantiveram no Museu, com tecnologia renovada. Nas mesas interativas, o público deve formar palavras, descobrindo, de forma lúdica, a origem das palavras da língua portuguesa e os mecanismos secretos com que nossa língua pode sempre se renovar. A consultoria é do linguista Mário Viaro, com roteirização de Marcelo Tas.

Palavras cruzadas – Um dos principais espaços expositivos do Museu desde sua inauguração, também teve sua tecnologia multimídia renovada. Oito totens interativos com recursos audiovisuais e painel explicativo expõem as influências das principais línguas e povos que contribuíram para formar o português do Brasil. A navegação pode ser feita por palavra, descobrindo sua forma e pronúncia na língua de origem, ou por povos, investigando sua cultura, tradições e sua chegada no Brasil.

O português do Brasil – Estudar o português do Brasil é também estudar a história da formação do país e de seu povo. Esta Linha do Tempo passeia por diferentes períodos históricos – desde o Império Romano e Mundo Árabe, passando pelas Grandes Navegações, influências indígenas e africanas até questões atuais – através da combinação de diferentes recursos expográficos, como vitrines com objetos, textos, depoimentos de especialistas, mapas animados, vídeos históricos e obras literárias.

Nós da língua – A instalação “Nós da Língua Portuguesa”, novidade na exposição e que amplia a presença da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) no Museu, tem duplo objetivo. De uma parte, mostrar a presença estabelecida da língua portuguesa no mundo: o idioma é falado hoje em cinco continentes por 261 milhões de pessoas. De outra, mapear suas novas movimentações. Foi concebida a partir de textos e consultoria de especialistas e escritores como o angolano José Eduardo Agualusa e o moçambicano Mia Couto. “Ao mesmo tempo que ia sendo instrumento de dominação colonial, a língua portuguesa era já o avesso disso: componente fundamental na criação de identidades culturais autónomas, no Brasil, em Angola, em Moçambique, em Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Guiné-Bissau”, diz o texto assinado pelos dois escritores.

Línguas do cotidiano – Produzido em 2006, para a inauguração do Museu da Língua Portuguesa, o filme ganha projeção em uma sala especial. O vídeo mostra a riqueza da diversidade de manifestações socioculturais do país.

3º andar – O que quer e o que pode essa língua. Experiências:

Falares – “Falares” é como a língua se expressa nas falas do Brasil, nos territórios, nos corpos – nas gírias, na fala dos mais velhos, na linguagem das ruas, nas rezas, nas brincadeiras das crianças.

Uma das novas experiências audiovisuais do Museu – com consultoria de Marcelino Freire e Roberta Estrela D’Alva, roteiro e direção de Tatiana Lohman –, forma o mosaico de um Brasil diverso.

Nove grandes telas verticais – que retratam anônimos e famosos, como a cartunista Laerte – formam uma espécie de “bosque” de falares, mostrando a diversidade do português brasileiro, suas variações geográficas e socioculturais. O visitante passeia por entre as telas, percebendo diferentes aspectos da língua portuguesa viva. Os depoimentos se desenvolvem em loop, com alguma conexão entre palavras, expressões e assuntos. Uma estação multimídia permite aos visitantes aprofundar a pesquisa sobre variação linguística, com o acervo de falares do país, depoimentos sobre a língua e explicações de especialistas.

O que pode a língua – No auditório, o público é convidado a mergulhar em um filme poético sobre o desenvolvimento da linguagem e seu poder criador, concebido e dirigido por Carlos Nader.

Praça da Língua – Uma das experiências originais do Museu, a Praça da Língua, espécie de ‘planetário do idioma’, mantém parte do seu conteúdo, homenageando a língua portuguesa escrita, falada e cantada em um espetáculo imersivo de som e luz. Concebida por José Miguel Wisnik e Arthur Nestrovski, traz um mosaico de músicas, poesias, trechos literários e depoimentos em língua portuguesa – de Carlos Drummond de Andrade a Dorival Caymmi, passando por Fernando Pessoa, Nelson Rodrigues e Lamartine Babo –, interpretados por nomes como Maria Bethânia e Matheus Nachtergaele.

 

Quem faz o Museu da Língua Portuguesa

A reconstrução do Museu da Língua Portuguesa é uma realização do Governo Federal, por meio do Ministério do Turismo, e do Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, concebida e realizada em parceria com a Fundação Roberto Marinho. A EDP é patrocinadora máster e os patrocinadores são Grupo Globo, Itaú Unibanco e Sabesp – todos por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. O apoio é da Fundação Calouste Gulbenkian.

A exposição temporária “Língua Solta”, em cartaz até 03/10, conta com os mesmos parceiros da reconstrução do Museu.

A Temporada 2021 do Museu conta com patrocínio da Volvo e do Itaú Unibanco, apoio da Booking.com e do Grupo Ultra e das empresas parceiras Cabot, Mattos Filho Advogados, Faber-Castell,

Verde Asset Management e Bain&Company. Rádio CBN, Revista Piauí e Guia da Semana são seus parceiros de mídia. O IDBrasil Cultura, Educação e Esporte é a Organização Social responsável pela sua gestão. A Temporada é realizada pelo Ministério do Turismo, por meio da Lei de Incentivo à Cultura.

SERVIÇO

Exposição principal + Exposição Temporária “Língua Solta”

R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia)

Grátis para crianças até 7 anos

Grátis aos sábados

Acesso pelo Portão A (em frente à Pinacoteca)

Venda de ingressos pela internet:

https://bileto.sympla.com.br/event/68203

Museu da Língua Portuguesa

Praça da Luz s/n – Luz – São Paulo

De terça a domingo, das 9h às 16h30 (permanência até 18h)

www.museudalinguaportuguesa.org.br

 

 

A jornalista Martha Feldens viajou a São Paulo a convite da Fundação 25 de janeiro e da Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas)

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