Museu Paranaense abre exposição de Lange de Morretes

Mostra reúne pinturas restauradas, fotografias, documentos e conchas que revelam a vertente científica do artista.

O Museu Paranaense vai abrir na próxima quinta-feira (8) a exposição “Lange de Morretes: entre-paisagens”, que reúne pinturas restauradas e pouco conhecidas publicamente. 

Também serão apresentados outros materiais, como fotografias, documentos e conchas que revelam a vertente científica do artista, que dá nome à mostra na área de malacologia – um ramo da biologia que estuda os moluscos.

A exposição ocupará a Sala Monográfica do Museu Paranaense, um espaço que é dedicado a exposições que se aprofundam em um personagem ou tema de importância histórica, artística ou antropológica em diálogo com o acervo do espaço.

Em 2017, o espaço passou a salvaguardar em seu acervo uma coleção de obras do artista. De lá para cá, uma parte das pinturas dessa coleção passou por um minucioso processo de restauro e agora, finalmente, elas poderão ser apreciadas pelo público nesta exposição inédita.

“Lange, que trabalhou no Museu Paranaense nos anos 1950, reflete, através de sua prática binária artística-cientista, o caráter multidisciplinar atual do Mupa que estimula o diálogo entre acervos arqueológicos, antropológicos e históricos e diferentes linguagens artísticas”, diz Gabriela Bettega, diretora do museu.

LANGE DE MORRETES

Com participação ativa no desenvolvimento do Movimento Paranista, em um momento em que estéticas regionalistas contribuíram para a formação de uma identidade nacional, o pintor, desenhista, gravador e professor brasileiro nasceu em 1892 no município de Morretes, localizado entre a Serra do Mar e o litoral paranaense.

Com apenas 18 anos, já era um exímio pintor de paisagens e aluno prodígio de Alfredo Andersen. Nessa época, viajou para a Alemanha em busca de uma formação mais profunda. 

Mas Lange não se limitou às belas artes. Lá, iniciou seus estudos de anatomia e outras ciências, em especial a biologia, que desenvolveria em paralelo à formação artística nas décadas seguintes.