Obesidade atinge mais da metade da população paranaense

O índice de paranaenses diagnosticados com algum grau de obesidade chegou a 59%

Mais da metade de população paranaense foi diagnosticada com algum grau de obesidade em 2023. O alerta é do Conselho Regional de Nutricionistas do Paraná (CRN-8), que aponta que o índice chegou a 59% nesse ano.

Há dez anos, o percentual de paranaenses obesos era de 40,77% – quase 18% menor que o atual. O levantamento é do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional do Ministério da Saúde.

O Dia Nacional de Prevenção da Obesidade, no último dia 11, busca conscientizar a população sobre a importância de prevenir e conscientizar sobre a doença multifatorial.

“A obesidade é uma condição complexa, com causas diversas. A má alimentação, em especial o consumo desenfreado de produtos ultraprocessados e ricos em açúcares, gordura e sódio desempenha um papel significativo nesse cenário. A acessibilidade e o baixo custo desses itens, resultado da produção em larga escala, contribuem para o desafio de conter o avanço da obesidade”, ressalta a presidente do CRN-8, Cilene da Silva Gomes Ribeiro.

O índice de crianças e adolescentes que se encontram com algum grau de obesidade também é motivo de atenção. Segundo os dados do Ministério da Saúde, o número de adolescentes nesta situação praticamente dobrou em 10 anos, passando de 8,4% em 2013 para 16,65% até agosto de 2023. 

Já em crianças os dados praticamente permaneceram estáveis neste período. Em 2013, o levantamento apontou 6,7% deste público diagnosticados com obesidade e, em 2023, o número é de quase 6%.

Para a nutricionista, é necessário tomar medidas preventivas, como promover o aleitamento materno como alimento exclusivo dos bebês durante os seis primeiros meses de vida e educar as gestantes sobre a importância da alimentação saudável. Além disso, são necessárias políticas públicas que proíbam escolas e creches de oferecer açúcar e alimentos não saudáveis para crianças de até quatro anos.
 
“É essencial ainda realizar monitoramentos mais frequentes e regulares para identificar a obesidade precocemente. Embora haja uma ‘linha de cuidado’ para a obesidade no estado do Paraná, infelizmente, ela não é amplamente implementada. Precisamos expandir o atendimento multiprofissional, incluindo mais nutricionistas, aumentar a identificação precoce por meio de treinamentos para agentes comunitários e profissionais da atenção básica em saúde. Isso permite a criação de ações conjuntas para conter essa preocupante doença”, completa Cilene.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 1 bilhão de pessoas em todo o mundo são obesas, sendo 650 milhões adultos, 340 milhões e 39 milhões de crianças. 

No Paraná, até agosto deste ano a parcela da população mais atingida pela doença são os adultos, com 36% dessa parcela da população sendo acometidos pelos graus 1 ou 2 ou 3 de obesidade.