Agronegócio
Óleo essencial de alecrim-do-mato pode controlar fungos e bactérias
Embrapa/Clarice Rocha

Óleo essencial de alecrim-do-mato pode controlar fungos e bactérias

Estudos liderados pela Embrapa apontam que o óleo essencial extraído do alecrim-do-mato, espécie nativa da Caatinga, tem vasto potencial comercial para a produção de defensivos agrícolas biológicos. As pesquisas revelaram altos níveis de timol e carvacrol nas folhas da planta, compostos reconhecidos por sua forte ação antimicrobiana contra diversos microrganismos de importância agrícola. Entre os microrganismos […]

Mirian Villa - sábado, 30 de dezembro de 2023 - 09:55

Estudos liderados pela Embrapa apontam que o óleo essencial extraído do alecrim-do-mato, espécie nativa da Caatinga, tem vasto potencial comercial para a produção de defensivos agrícolas biológicos. As pesquisas revelaram altos níveis de timol e carvacrol nas folhas da planta, compostos reconhecidos por sua forte ação antimicrobiana contra diversos microrganismos de importância agrícola.

Entre os microrganismos passíveis de serem controlados, destacam-se os Colletotrichum gloeosporioidesC. musaeC. fructicolaC. asianumAlternaria alternataA. brassicicolaFusarium solaniF. oxysporum f. sp. CubenseLasiodiplodia theobromaeThielaviopsis paradoxa, entre outros.

Além de seu potencial agrícola, o óleo também mostra promessas para uso na saúde animal e humana. “Na pecuária, por exemplo, trabalhos apontam sua eficácia no tratamento da mastite, uma enfermidade de relevante impacto para a produção animal, causada pela bactéria Staphylococcus sp”, cita a pesquisadora Ana Valéria Vieira de Souza.

As propriedades antissépticas, antifúngicas, antibacterianas e anti-inflamatórias do óleo essencial também foram observadas frente a microrganismos como Pseudomonas sp., Candida albicansBacillus cereus e Escherichia spp. Os resultados promissores podem abrir novas possibilidades de uso da planta na indústria farmacêutica.

De acordo com o pesquisador Douglas de Britto, o objetivo é explorar as propriedades antifúngicas do óleo de Lippia sp., aplicando-o em um revestimento para manter a qualidade da fruta e prolongar seu tempo de prateleira.

Para tanto, Britto explica que é necessário o encapsulamento do óleo em nanopartículas devido à sua alta volatilidade, ou seja, a facilidade com que a substância passa do estado líquido para o gasoso. “Temos que usar técnicas de nanoencapsulamento para que ele fique mais preso, mais fixo a esse revestimento e possa realmente ser efetivo para o objetivo que queremos”, relata.

Segundo o pesquisador, já foram feitos testes in vitro para controle de microrganismos e também avaliações in vivo, aplicando o revestimento nas mangas, e realizando o acompanhamento em câmara fria quanto à evolução da fisiologia da planta, velocidade de amadurecimento e incidência de fungos.

O trabalho integra os esforços da Embrapa para identificar ativos que prolonguem a vida útil pós-colheita de frutas, com o uso de revestimentos biodegradáveis que sejam seguros ao ser humano e ao meio ambiente.

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