Piá de ouro da Baixada

O lateral-esquerdo Abner chegou ao Athletico em 2019 com a responsabilidade de ser a contratação mais cara do clube até ..

O lateral-esquerdo Abner chegou ao Athletico em 2019 com a responsabilidade de ser a contratação mais cara do clube até então. Na época, o Furacão desembolsou R$ 10 milhões da rescisão contratual para tirar o jogador da Ponte Preta e preencher o espaço deixado por Renan Lodi que foi vendido para o Atletico de Madrid.

O valor expressivo fez com que a torcida cobrasse bastante o jogador no início, mas com o tempo ele assumiu a titularidade da posição e as boas atuações chamaram a atenção do técnico André Jardine, da Seleção Olímpica.

O lateral foi chamado para os dois últimos amistosos (Cabo Verde e Sérvia) antes da convocação para as Olímpiadas de Tóquio e viu seu nome na lista final quando a FIFA autorizou aumentar o número dos convocados de 18 para 22.

“Recebi a notícia da convocação no exato momento que cheguei em casa, estava sozinho na expectativa, tinha acabado de chegar do treino, logo em seguida recebi a ligação de toda a família. Sempre é um sentimento enorme estar na Seleção”.

Nos Jogos, a vaga na lateral-esquerda ficou durante toda a competição com Guilherme Arana, do Atlético-MG, que vive grande fase, mas fazer parte de um grupo campeão conta muito na carreira do jovem atleta do Furacão de apenas 21 anos. “Pode ser até clichê, mas é uma sensação indescritível”, disse o jogador no desembarque em Curitiba.

Abner entrou no final da partida contra a Arábia Saudita na fase de grupos, em que o Brasil venceu por 3×1. Foram poucos minutos em campo, mas veio muita bagagem junto com a medalha de ouro. “Tudo o que fazemos se torna um aprendizado e para mim foi enorme. Estar na Seleção, conseguir conquistar esse título. Sempre busco aprender nas pequenas coisas, detalhes que fazem a diferença. Estar no grupo, independentemente de jogar pouco ou jogar muito, cada um tem seu valor. Se não fossem os 23 que estavam lá, não conseguiríamos conquistar o título”.

Natural de Pirapozinho, no Oeste Paulista, o lateral aproveitou ao máximo a experiência de participar do maior evento esportivo do Mundo e comemorou as vitórias de outros brasileiros na melhor participação do país da história no quadro de medalhas. “Toda medalha do Brasil eu vibrei, sempre bom quando trazemos medalha pra casa”.

A Seleção de futebol não se hospedava com os demais atletas na Vila Olímpica, mas os jogadores passaram um dos dias de folga visitando as instalações. “A visita é especial, um lugar que todos querem estar e onde estão os melhores”.

O grupo que conquistou o Ouro pela segunda vez para o Brasil se mostrava bastante unido, por isso Abner teve dificuldade em eleger um com quem ficasse mais nas horas vagas. Citou o goleiro Lucão, do Vasco da Gama, que era seu companheiro de quarto em Tóquio.

Abner se tornou o terceiro jogador do Athletico a conquistar a medalha de ouro junto com os goleiros Santos e Weverton(2016). O jogador ressaltou o trabalho de todo grupo e que foi um sonho o que viveu. ”Participar da Seleção já é diferente, participar de um grupo campeão é a melhor coisa que pode acontecer para qualquer jogador. Sinto-me honrado de no começo da carreira ter feito parte do grupo e dessa conquista”.

Logo que retornou ao Brasil, Abner já voltou a ser relacionado para os jogos do rubro-negro. “Buscamos aprender o melhor para trazer o melhor. O Athletico é um clube que busca ganhar títulos e vamos trazer isso para o Athletico também” finalizou.