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Postos de gasolina querem outras bandeiras e ANP nega

Postos de gasolina querem outras bandeiras e ANP nega

Com queda nas vendas de combustíveis de 70% nas cidades e 30% nas estradas, os postos de combustíveis estão no li..

Pedro Ribeiro - terça-feira, 14 de abril de 2020 - 09:29

Com queda nas vendas de combustíveis de 70% nas cidades e 30% nas estradas, os postos de combustíveis estão no limite, podendo haver fechamento e demissões. Diante da crise, devido à pandemia do novo coronavírus, o Sindicombustíveis-PR, entidade que representa os postos no Paraná, solicitou à Agência Nacional do Petróleo a flexibilização da fidelidade de bandeira para compra de combustíveis, mas não foi atendido

Na prática isto significaria que os postos bandeirados poderiam comprar gasolina, álcool e diesel de outras distribuidoras e não mais exclusivamente daquelas que ostentam as marcas, enquanto durasse o estado de calamidade adotado por conta do coronavírus. A ANP, contudo, negou o pedido, gerando uma grande insatisfação no segmento.

O objetivo do Sindicombustíveis-PR com a medida era ter mais liberdade no mercado e gerar mais concorrência, uma vez que as três distribuidoras que dominam 70% do mercado não tem repassado aos postos a redução nas refinarias da Petrobras na íntegra. Conforme regulamentação federal, os postos não podem comprar diretamente das refinarias. Devem comprar das distribuidoras. Por isso, só conseguem repassar baixas para o consumidor final a partir do momento que as distribuidoras vendem com as reduções anunciadas.

A lentidão no repasse por parte das distribuidoras ocorre desde que a Petrobras mudou sua política de preços, passando a acompanhar o preço internacional, em 2017. Entretanto, esta situação se agravou e ficou mais evidente a partir da expressiva queda do barril do petróleo no mercado internacional, em março. Somente naquele mês, a Petrobras realizou quatro baixas seguidas da gasolina nas refinarias – somando redução de 40% – que até o momento não foram praticadas pelas distribuidoras aos postos na íntegra.

Este foi o principal ponto da demanda realizado pelo Sindicombustíveis-PR para ANP, num movimento que também ocorreu em outros estados do país. O sindicato reforçou que esta medida tem um precedente recente, uma vez que já foi autorizado durante a greve dos caminhoneiros, em 2018. A ANP, entretanto, não acatou o pedido, considerando que “o momento não é adequado a reformas desse tipo”.

O mercado de combustíveis no Paraná vem sofrendo muito com a crise gerada pelo coronavírus. A queda das vendas é de 70%, principalmente nos postos urbanos. Nos postos de rodovias, a queda é de 30%. O menor impacto nos postos de estradas é causado principalmente pelo escoamento da safra agrícola.

Pelo menos cinco postos foram fechados por causa desta crise em Curitiba. Isto poderá se agravar bastante semana que vem. O Sindicombustíveis-PR acredita que o número de postos fechados será bem grande se a crise perdurar. É até difícil fazer previsão de quantos.

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