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Promotoria do Pará cobra provas de exploração sexual infantil relatada por Damares

Promotoria do Pará cobra provas de exploração sexual infantil relatada por Damares

No último sábado (8), Damares afirmou, durante um culto e sem apresentar nenhuma prova, que teria tomado conhecimento desse caso enquanto ministra

João Gabriel - Folhapress - quarta-feira, 12 de outubro de 2022 - 17:27

O Ministério Público do Pará pediu que o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos explique, em até cinco dias, as afirmações da ex-chefe da pasta, Damares Alves (Republicanos-DF), sobre suposto tráfico internacional de crianças na região do arquipélago do Marajó.

No último sábado (8), Damares afirmou, durante um culto e sem apresentar nenhuma prova, que teria tomado conhecimento desse caso enquanto ministra.

A senadora eleita disse que saberia de casos de estupro de recém-nascidos, de jovens que viviam sem dentes para praticar sexo oral e que comiam comida pastosa para ter o intestino livre e realizar sexo anal.

Damares, que afirmou ter descoberto a situação durante a visita de uma comitiva presidencial ao local, disse ter vídeos de pelo menos parte desses casos, mas até o momento, não os apresentou. Também declarou que registros de estupros de menores seriam vendidos por até R$ 100 mil.

“O Ministério Público do Estado do Pará solicita que seja encaminhada documentação existente nesse Ministério [da Mulher, Família e dos Direitos Humanos], no prazo de cinco dias, bem como eventuais esclarecimentos a respeito de medidas tomadas sobre os fatos alegados, a fim de que os relatos sejam investigados e todas as providências cabíveis adotadas”, afirmou o Ministério Público do Pará em documento, nesta terça-feira (11).

“Até o presente momento nenhum dos fatos relatados pela ex-Ministra Damares Alves foi encaminhado formalmente aos Promotores de Justiça que atuam na região do Marajó”, informou o órgão em documento assinado por 11 promotores de Justiça do estado.

O Ministério Público Federal também já havia cobrado da pasta uma explicação sobre as afirmações de Damares.

O órgão pede que sejam apresentados “os supostos casos ‘descobertos’ pelo Ministério, indicando todos os detalhes que possuir, para que sejam tomadas as providências cabíveis”, que a pasta informe “quais providências foram tomadas” e questiona “se houve representação ao Ministério Público ou à Polícia”.

A Polícia Civil do Pará, ao mesmo tempo, solicitou que o ministério apresente “com máxima urgência, todas as informações relatadas, incluindo documentos, mídias e tudo mais que possa subsidiar o desenvolvimento dos necessários procedimentos investigatórios”.

Segundo o jornal O Globo, a Polícia Federal também não recebeu nenhuma denúncia sobre o caso, tampouco o governo do estado tem conhecimento de tais fatos.

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