Ricardo Arruda é afastado do PL após ser denunciado por desvio de dinheiro público

O parlamentar, que cumpre o terceiro mandato consecutivo, é acusado de desvio de dinheiro público, tráfico de influência e associação criminosa.

O deputado estadual Ricardo Arruda (PL) foi afastado da presidência do diretório municipal do PL (Partido Liberal) nesta quarta-feira (15) após ter sido denunciado pelo MP-PR (Ministério Público do Paraná). O partido ainda abriu uma apuração do caso no conselho de ética. 

O parlamentar, que cumpre o terceiro mandato consecutivo, é acusado de desvio de dinheiro público, tráfico de influência e associação criminosa. 

Segundo a denúncia, Arruda e outros três ex-assessores  – Débora Moreira Cezar, Fabio Abel Manfrin Nonato e Fernando Aparecido Julião – teriam recebido pelo menos R$ 350 mil entre 2016 e 2017. 

O MP aponta que policiais procuraram o gabinete do deputado Ricardo Arruda para serem reintegrados à corporação.

Em um entre outros casos citados , a então assessora Débora havia recebido dois policiais para tratar disso e teria recebido R$ 80 mil dentro da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep).

Além disso, o MP alega que o deputado usou ilegalmente o dinheiro público, com desvio de R$ 17.635 sob justificativa de pagamentos de serviços informais prestados. Contudo, o dinheiro teria sido usado em conteúdos sobre o deputado em um jornal evangélico. 

DEFESA DE RICARDO ARRUDA

O advogado Jeffrey Chiqutini afirma em nota que confia no Poder Judiciário e que o caso se trata de uma ‘trama armada contra um deputado íntegro e sério’.

“Em verdade, demonstrado já está que essa ex assessora utilizou indevidamente do cargo, foi exonerada por isso e agora busca vingança.  Mas já demonstramos e provamos a inocência do deputado, e acreditamos que a verdade prevalecerá”.

DEPUTADO NEGA QUALQUER CRIME EM PLENÁRIO DA ALEP

Em discurso realizado hoje na Alep, o deputado Ricardo Arruda negou que tenha tido envolvimento em qualquer crime cometido e apontou que tudo foi feito pelos ex-assessores do gabinete.

“Denúncia de uma investigação muito forte, com quebra de sigilo bancário, e não encontraram nada”, disse.

Segundo ele, a ex-assessora Débora foi demitida após ele ter conhecimento de uma proposta de propina. Arruda expôs que ela tinha se reunido com um secretário municipal de Piraquara e ofereceu uma emenda de R$ 2 milhões, mas que uma parte do valor deveria retornar ao deputado. “Foi exonerada no mesmo dia e fiz boletim de ocorrência contra ela”, disse.

Além disso, o deputado disse que o Ministério Público tem uma ‘parte podre’ e que está sendo perseguido.

“Vocês do MP, que tem viés ideológico de esquerda e vão querer me perseguir, bem-vindos à selva. Não devo nada aos senhores, fiquem à vontade e apresentem as provas. Façam a covardia de vocês junto com a grande mídia”, completou.