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Roger é o quinto técnico demitido na Série A em 2020 e a dança das cadeiras continua

Roger é o quinto técnico demitido na Série A em 2020 e a dança das cadeiras continua

O Bahia demitiu o técnico Roger Machado logo após a goleada por 5 a 3 para o Flamengo na noite desta quarta-feira (2). F..

Vinicius Cordeiro - quinta-feira, 3 de setembro de 2020 - 11:55

O Bahia demitiu o técnico Roger Machado logo após a goleada por 5 a 3 para o Flamengo na noite desta quarta-feira (2). Foi a quinta demissão de treinador entre os clubes da Série A, sendo que o torneio teve apenas sete rodadas disputadas.

Daniel Paulista (Sport), Eduardo Barroca (Coritiba), Ney Franco (Goiás), Dorival Júnior (Athletico) e Felipe Conceição (Red Bull Bragantino) antecederam Roger. Antes do Brasileirão começar, o português Jesualdo Ferreira – contratado em janeiro – também foi descartado no Santos.

O Campeonato Brasileiro não completou nem um mês de disputa, mas a dança das cadeiras já tomou conta. Esse é o maior número de demissões nos dois últimos anos do futebol brasileiro, pelo menos. No ano passado apenas Abel Braga foi demitido (do Flamengo) antes da sétima rodada. Geninho, o segundo da lista, foi mandado embora do Avaína nona rodada.

Em 2018, Nelsinho Baptista deixou o Sport por vontade própria na segunda rodada, Marcelo Chamusca foi demitido do Ceará na quarta rodada e Fábio Carille deixou o Corinthians para ir ao Oriente Médio após a sexta rodada.

É notório que a pandemia de covid-19 não deu sossego aos treinadores. Os trabalhos foram interrompidos na fase final dos estaduais – e os comandantes que lutem para se virar. Mudança de mentalidade no futebol brasileiro? Melhor não se iludir. O único ponto fora da curva é Renato Gaúcho, à frente do Grêmio desde 2016.

PRESIDENTE DO BAHIA DEFENDEU PERMANÊNCIA DE ROGER NAS REDES SOCIAIS

A demissão de Roger gera inúmeros questionamentos porque o presidente Guilherme Bellintani expôs, nas redes sociais, os motivos da manutenção do trabalho de Roger após o empate sofrido por 1 a 1 contra o Palmeiras, há quatro dias.

O presidente do Tricolor afirmou que alguns dos indicadores eram: “meta de pontuação, liderança do treinador, respeito do grupo, envolvimento dos atletas com o projeto e competitividade nos jogos”.

Tudo isso foi desfeito com uma goleada para o atual campeão brasileiro e da Libertadores? Certamente não. Roger ainda deve ser respeitado por boa parte do elenco, mas os desempenhos não são tão bons assim. O que importa, na imensa maioria dos casos, é o resultado.

NÃO É SÓ NO BRASIL

Quando se ganha, os erros ficam escondidos. Quando se perde, tudo vira problema. É muito legal para nós, admiradores do jogo, avaliar trabalhos longos como o de Jürgen Klopp no Liverpool ou de Pep Guardiola no Manchester City. O problema é que no Brasil e em outros lugares, as coisas não são assim.

Na Espanha acontece o mesmo. Em janeiro deste ano, Ernesto Valverde foi demitido do Barça após derrota para o Atlético de Madrid na Supercopa da Espanha. Antes, ele havia sagrado a equipe bicampeã do Campeonato Espanhol e conquistado Copa do Rei (2017/18) e uma Supercopa da Espanha (2018). Ele fracassou em dois anos na Liga dos Campeões e foi desligado justamente antes das oitavas de final contra o Napoli.

Já em 2019, Santiago Solari foi demitido do Real após eliminações na semifinal da Copa do Rei e nas oitavas de final da Liga dos Campeões em um intervalo de seis dias. Zinedine Zidane retornou após menos de 300 dias.

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