Safra recorde de grãos deve chegar a 42,12 milhões de toneladas

O aumento da área de plantio e produtividade devido ao clima favorável fizeram com que a safra de grãos do Paraná seja maior este ano.

Dois fatores fizeram com que a safra de grãos do Paraná, principalmente soja e trigo, atingissem recorde de produção, chegando a 42,12 milhões de toneladas: o aumento da área de plantio e produtividade devido ao clima favorável. A avaliação é da técnica do Departamento Técnico e Econômico do Sistema Faep-Senar-Paraná, Ana Paula Kowalski, responsável pela cadeia de grãos.

Antes, a previsão era de 21 milhões de toneladas de soja, o que passou para 22,37 milhões/t. A produção de trigo deve alcançar 4.48 milhões/t na safra abril/maio, informa Ana Paula. Segundo ela, a produção de milho, que era estimada em 15,4 milhões/t deve atingir 14,42 milhões/t, compensando pelos aumentos da safra de soja e trigo.

A produção da safra 2022/2023 no Paraná pode atingir 42,12 milhões de toneladas em uma área de 10,84 milhões de hectares, confirma o Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab). Os dados estão na Previsão Subjetiva de Safra, divulgada dia 27 de abril.

Ana Paula Kowalski, do Departamento Técnico e Econômico do Sistema Faep-Senar-Paraná.

Os dados atualizados do Deral confirmam que a produção de soja será recorde: espera-se que sejam produzidas 22,37 milhões de toneladas em 5,76 milhões de hectares. Esse volume é 83% superior às 12,19 milhões de toneladas colhidas no ciclo 2021/2022, em uma área 2% maior.

Somadas, a primeira e a segunda safras de milho podem render 18,2 milhões de toneladas do Paraná, o que atesta a participação do Estado de 15% no total da safra brasileira do grão, de 124,9 milhões de toneladas, segundo a estimativa para a safra 2022/2023. De acordo com os técnicos, as lavouras apresentam bom desenvolvimento.

Quanto ao feijão, a primeira safra deve resultar em 197,6 mil toneladas, 1% a mais do que no ciclo anterior, ainda que a área tenha sofrido redução de 17%, caindo de 139,3 mil hectares na safra 2021/2022 para 115 mil hectares na safra atual. A estimativa para a segunda safra indica a produção de 592 mil toneladas, 5% superior à do ciclo passado (561,5 mil), em uma área de 296,9 mil hectares, 12% menor (338 mil).

Segundo o chefe do Deral, Marcelo Garrido, os números indicam uma boa safra para o Paraná. “Os produtores contaram com condições climáticas mais favoráveis do que na safra passada, o que possibilitou melhores resultados em termos de produtividade”, diz. 

No dia 29 de abril os agricultores entregaram ao Ministério da Agricultura e Pecuária e à Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) um documento com 10 pontos considerados prioritários para o Plano Safra 2023/2024. Entre as sugestões estão a destinação de recursos para o Plano Agrícola e Pecuário (PAP). Detalham também questões como aumento do limite de renda para produtores nos programas de crédito rural, redução na taxa de juros nas operações de Crédito Rural, além da ampliação de linhas de crédito para pequenos e médios produtores.

“A CNA é a legítima representante de todos os produtores brasileiros. Ela fez um belo trabalho mostrando, regionalmente, as particularidades e os anseios dos mais diferentes tipos de produtores, que certamente serão acatados. Discutimos outras ações também para que juntos tenhamos um plano safra mais moderno eficiente que atenda ao produtor brasileiro “, afirmou o ministro Carlos Fávaro.

“Somos parceiros. A CNA defende e busca o que é melhor para a agropecuária brasileira e o ministro também, então seremos parceiros”, concluiu o presidente da CNA, João Martins.

As demandas apresentadas pelos produtores mostram que o volume de recursos necessários para o PAP 2023/2024 é de R$ 403,88 bilhões em operações de crédito rural, dos quais R$ 290,7 bilhões destinados para custeio/comercialização e R$ 113,09 bilhões para investimentos.

SUGESTÕES DA CNA AO MINISTÉRIO DA AGRICULTURA

1. Garantir que os recursos anunciados no Plano Agrícola e Pecuário estejam disponíveis ao longo de toda a safra, sem interrupções e de forma previsível para que os produtores;

2. Disponibilizar R$ 25 bilhões ao orçamento para subvenção às Operações de Crédito Rural do Plano Agrícola e Pecuário 2023/2024, sob a forma de equalização de taxas de juros dos financiamentos;

3. Garantir redução nas Taxas de Juros das operações de Crédito Rural, disponibilizando valores condizentes com a atividade agropecuária;

4. Garantir orçamento de R$ 2,0 bilhões para a subvenção ao prêmio de seguro rural em 2023 e R$ 3,0 bilhões para 2024;

5 . Aumentar o limite de Renda Bruta Agropecuária para enquadramento dos produtores nos programas de crédito rural (Pronaf, Pronamp e Demais);

6. Priorizar recursos para as finalidades de investimento, especialmente para pequenos e médios produtores (Pronaf e Pronamp), e para os programas para construção de armazéns (PCA), irrigação (Proirriga), investimentos necessários à incorporação de inovações tecnológicas nas propriedades rurais (Inovagro) e o Programa ABC+;

7. Possibilitar a utilização de parte da exigibilidade de recursos dos depósitos à vista em subvenção aos Fundos de Investimento das Cadeias Agroindustriais (Fiagros);

8. Aumentar limite de financiamento de custeio para todos os enquadramentos. A elevação dos custos de produção fez com que os limites atuais de crédito não atendessem os produtores, os forçando a contratar créditos de fontes mais caras para suprir a demanda;

9. Regulamentar a Lei Complementar 137/2010 que criou o Fundo de Catástrofe;

10. Fomentar linhas de crédito públicas ou privadas para promover a agricultura regenerativa.