Daiana Allessi

Do que é feita uma mãe?

Que tecnologia ancestral é essa que compreende em um corpo humano tanta potência, desejo, amor e sonhos? 

Ser mãe é superar todas as expectativas, ultrapassar barreiras e viver de uma maneira absurdamente diferente. É como se a vida de uma mulher reiniciasse quando ela descobre que gera uma vida em seu ventre, ou quando o coração floresce, e ela acolhe uma vida que não foi por ela gestada, mas será muito amada.

Eu poderia discorrer sobre uma série de estereótipos, de papéis sociais e do trabalho de cuidado não remunerado que atinge o gênero feminino, e consequentemente, incontáveis mulheres e mães mundo afora. Mas ser mãe transcende qualquer rótulo, qualquer padrão ou limitação pois é algo sem definição, pelo menos em palavras.

É amar incondicionalmente a ponto de esquecer de si mesma em várias etapas da existência, é sentir dor física de tanto amor e, sem titubeios, dar a vida pelo filho ou filha.

Ser mãe é sentir orgulho de si mesma, da trajetória árdua que a transformou na mulher que hoje carrega o mundo nas costas e ama ilimitadamente.

Ser mãe, agir como mãe, cuidar e amar como mãe é uma dádiva, e abençoadas sejam as pessoas que fazem bom uso desses poderes alimentados pelo amor.

Quanto mais eu escrevo, mais me confundo em um turbilhão de sentimentos. 

Penso nas mulheres que conseguem equilibrar maternidade e carreira, nas que não trabalham de maneira remunerada, nas que criam a prole sozinha e sem apoio, nas mães decididas, nas mães agoniadas, nas mães que gestaram no útero e nas que gestaram no coração e só consigo pensar que todas, juntas e ao mesmo tempo, representam a mulher.

A maternidade, enquanto primitivamente um atributo biológico das mulheres, torna-se a mais refinada e rica essência do feminino e da dura realidade de quase ser soterrada por uma avalanche de papéis sociais.

Contudo, no meio desse redemoinho de obrigações, optar em ser luz, segurança e exemplo para uma criança é de uma bondade extraordinária, e que demonstra o verdadeiro altruísmo.

Quantas mulheres e quantos homens que leem esse texto e que foram criados e blindados por mulheres fortes que foram guias, refúgios e amor inesgotável. Mães e apenas mães!

E nessa semana especial, em que comemoramos o Dia das Mães, desejo que possamos aproveitar cada minuto possível da existência terrena de nossas mães. Que a doce lembrança das mães que já transcenderam possa ser revigorada nesse dia, lembrando que em algum lugar desse universo ela, mãe, poder vital e inabalável, zela e se orgulha de você.

Na vida tudo tem seu momento, sua duração e sua intensidade. Nada é por acaso.

Que o mundo possa honrar mais as mulheres, que geram a vida, cuidam e ensinam desde os primórdios que respeito, amor e carinho são o combustível que faz o mundo girar e a vida seguir.

Feliz Dia das Mães para todos e todas que amam sem limites!

“Nunca se esqueça, nem um segundo
Que eu tenho o amor maior do mundo
Como é grande o meu amor por você.”
(Roberto Carlos Braga)


Daiana Allessi é mãe, esposa, advogada, professora e pesquisadora sobre gênero e direitos das mulheres.

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