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Setor agropecuário prevê catástrofe se encurtar data para plantio da soja

Setor agropecuário prevê catástrofe se encurtar data para plantio da soja

Setor agropecuário do Paraná manifesta preocupação com o encurtamento do plantio da safa de soja e pede providências do governo federal.

Pedro Ribeiro - quarta-feira, 19 de julho de 2023 - 09:31

 

Para Ágide Meneguette, há um grande risco e uma dúvida em relação ao seguro rural se o Paraná tiver encurtamento no prazo do plantio da safra de soja.

O presidente do Sistema Faep-Senar-Paraná, Ágide Meneguette, encaminhou documento ao Ministério da Agricultura e Pecuária, onde pede a volta Paraná do calendário de semeadura da soja com 140 dias, como sempre ocorreu no Paraná.

Na visão do setor agropecuário do Paraná, a medida anunciada pelo governo federal “traria impactos ao planejamento da safra”, prevê Meneguette.

Segundo o dirigente do setor, “a redução do período de semeadura, anunciada a dois meses de seu início, 11 de setembro, causa um impacto no planejamento dos produtores, a maioria em fase de pré-custeio da safra. Mais ainda pelo fato de tal alteração não ter sido amplamente discutida com o setor”.

De acordo com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), o calendário foi encurtado como medida fitossanitária complementar ao período de vazio sanitário da soja, na tentativa de reduzir a disseminação da ferrugem asiática, uma das mais severas doenças que atacam as lavouras da oleaginosa. 

O Ministério também aponta que as janelas de semeadura foram definidas a partir da análise de dados do Consórcio Antiferrugem, que detectou o aumento expressivo de casos da doença, conforme relatórios da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

No ofício, a Federação da Agricultura do Paraná traz uma ressalva importante sobre esse tópico. O aumento dos casos de ferrugem deve ser analisado em perspectiva, dentro de um período mais abrangente, principalmente porque a safra 2021/22 foi atípica: naquele ciclo, o Paraná enfrentou uma seca extrema, o que fez com que os casos de ferrugem caíssem ao menor patamar já registrados no Estado. Com a queda dos números em decorrência de fatores climáticos, era esperado que os casos voltassem a subir.

“Portanto, este aumento percentual tem como base de comparação o menor número de casos da série histórica de monitoramento de ferrugem, decorrente da maior seca registrada. Se considerarmos a média dos últimos cinco anos, anteriores a esta safra atípica [de 2021/22], na safra 2023, estão abaixo da média das últimas seis safras”, observa Meneguette.

A Faep sugere que as autoridades continuem monitorando a situação da safra, e se houver piora dos casos, que o Ministério discuta com o setor medidas necessárias. “Reforçamos a importância das medidas de controle, mas a mudança abrupta e intempestiva não é salutar ao engajamento que sempre defendemos que os produtores rurais do nosso Estado tivessem”, conclui Meneguette. (Com assessoria da Faep).

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