Pedro Ribeiro

 

A discussão sobre a taxa de juros imposta pelo Banco Central tem levado o presidente Lula a um desgaste político junto ao setor econômico do País. A queda de braço entre o chefe da nação e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, não tem data para terminar e ninguém sabe quem será o vencedor. Lideranças petistas têm se revezado no debate em defesa da redução dos juros como deseja o presidente Lula.  

Uma dessas lideranças é o deputado Zeca Dirceu (PR), líder do PT na Câmara dos Deputados, eu defende uma ampla mobilização de toda a sociedade contra a taxa de juros determinada pelo Banco Central (BC). Em entrevista à revista Carta Capital nesta terça-feira, 27, Zeca Dirceu disse que a reação aos juros altos do BC não se limita ao governo e já alcança setores impactados diretamente pela Selic de 13,75% ao ano.

O deputado defendeu ainda a necessidade de “esclarecer cada vez mais a população, a opinião pública, os empresários e os agricultores de que essa taxa é criminosa, absurda e sem justificativa”. A mobilização, diz o deputado, deve ser intensificada junto aos sindicatos, associações e entidades do setor produtivo. 

O deputado considera também fundamental uma ação mais firme do Congresso Nacional  contra os juros altos que vão na contramão de todos os indicadores econômicos. “O ideal é que fosse uma reação de todo o Congresso, dos líderes de todos os partidos. Se eles não baixarem os juros rapidamente, vai chegar o momento em que isso vai acontecer. Ninguém aguenta mais, ninguém tolera mais”, disse na entrevista.

Zeca Dirceu declarou que a taxa de juros faz “sangrar” não apenas o bolso dos endividados, mas o dos empresários e de todos os que desejam produzir, uma vez que a Selic no estágio atual “rouba dinheiro do Orçamento”.

“Quando você tem uma taxa de juros nessa dimensão, obriga o governo a remunerar os credores da dívida pública em um patamar fora do razoável. É dinheiro sendo drenado para pagar juros e que poderia ser usado na saúde, na educação. É de um absurdo sem tamanho.”, pontuou. (Com assessorias).