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Variantes do coronavírus já respondem por 70% das infecções no Paraná e no Ceará

Variantes do coronavírus já respondem por 70% das infecções no Paraná e no Ceará

As ‘variantes de preocupação’ do coronavírus, como a P1, identificada pela primeira vez no Amazonas, já prevalecem em  s..

Angelo Sfair - quinta-feira, 4 de março de 2021 - 19:19

As ‘variantes de preocupação‘ do coronavírus, como a P1, identificada pela primeira vez no Amazonas, já prevalecem em  sete dos oito estados acompanhados pelo Observatório Covid-19 Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz).

Os estados do Paraná e do Ceará lideram os indicadores, com 70,4% e 71,1%, respectivamente. Mais estudos são necessários para apontar o real impacto das variantes. Até o momento, as mutações não foram relacionadas à evolução clínica mais grave da covid-19, embora sejam potencialmente mais transmissíveis.

O comunicado técnico da Fiocruz abrange estados das regiões Sul, Sudeste e Nordeste. Foram analisadas cerca de mil amostras dos estados de Alagoas, Minas Gerais, Pernambuco, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Dos nove estados acompanhados pelo Observatório, as variantes do coronavírus não prevaleceram apenas em Minas Gerais (30,3%) e Alagoas (42,6%). Todos os demais apresentam prevalência de, pelo menos, 50%.

O protocolo detecta três das variantes de preocupação, potencialmente mais transmissíveis: P1, identificada inicialmente no Amazonas, B.1.1.7, sequenciada geneticamente no Reino Unido, e B.1.351, encontrada primeiramente na África do Sul.

“O novo protocolo de RT-PCR oferece um retrato rápido da circulação das variantes para tomada de decisão no enfrentamento à pandemia”, destacou o vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz, Marco Krieger.

O comunicado técnico destaca dois fatores que criam um cenário preocupante no Brasil: o perfil potencialmente mais transmissível das variantes do coronavírus e ausência de medidas de contenção capazes de frear a onda de contágios que lota hospitais de todo o País.

Na Bahia, já há relatos de pessoas morrendo em ambulâncias à espera por leitos de UTI. Próximo do colapso, o Paraná bateu hoje (4) o recorde de ocupação das unidades de terapia intensiva, com taxa média de 96%.

Diante do cenário crítico, potencializado pela prevalência das ‘variantes de preocupação’, o Observatório Covid-19 Fiocruz endossou diretrizes apontadas pelo Conass (Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde).

Em nova carta enviada ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), governadores de 15 estados apontaram a necessidade de aceleração da disponibilização de vacinas para ao PNI (Programa Nacional de Imunizações).

Além disso, pedem atenção às “medidas não-farmacológicas” para reduzir a velocidade da propagação do coroanvírus. No caso, defendem restrições à circulação de pessoas e atividades não essenciais como resposta urgente à iminência do colapso do sistema público de saúde.

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