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Copel é privatizada pelo Governo do Paraná; ações movimentam R$ 5,2 bi

Copel é privatizada pelo Governo do Paraná; ações movimentam R$ 5,2 bi

As ações da maior empresa paranaense foram negociadas em R$ 8,25, um ágio de 5% em relação ao preço de referência definido no lançamento da oferta.

Rafael Nascimento - quarta-feira, 9 de agosto de 2023 - 07:49

A Copel (Companhia Paranaense de Energia) foi privatizada pelo Governo do Paraná. A operação de venda da maior empresa paranaense avançou nesta terça-feira (8), com a oferta das ações da Companhia na Bolsa de Valores (B3). Os papéis movimentaram 5,2 bilhões.

As informações foram noticiadas num primeiro momento pelo Estadão. As ações da Copel foram precificadas pelo mercado em R$ 8,25, um ágio de 5% em relação ao preço de referência definido pela empresa no lançamento da oferta.

A negociação das ações da Copel movimentou um dos maiores montantes na B3 nos últimos anos: R$ 5,2 bilhões, incluindo a venda de um lote suplementar de ações. A operação foi coordenada pelo BTG Pactual, com participação de Itaú, Bradesco, USB BB e Morgan Stanley.

A Copel ofertou um total de R$ 549 milhões de ações ordinárias, sendo R$ 319,2 milhões do Estado do Paraná, que reduziu sua participação na empresa, e R$ 229,2 milhões ações emitidas pela própria Companhia.

Até o fechamento dessa matéria o Governo do Paraná ainda não havia se manifestado sobre a venda da Copel.

A Copel é a maior empresa do Paraná, e distribui energia elétrica a mais de cinco milhões de clientes, por meio de 10 mil km de linhas de transmissão e um parque gerador de 7 gigawatts (GW).

Venda das ações da Copel gera muita polêmica

O projeto de lei do Executivo que previa a venda da Copel foi aprovado no fim do ano passado na Assembleia Legislativa do Paranáa toque de caixa e com muita polêmica. Na oportunidade, a discussão em segundo e terceiro turno entre os parlamentares em plenário foi tumultuada e calorosa, e com protestos de manifestantes que ocuparam as galerias da Alep.

O texto do Governo do Paraná estabeleceu a transformação da companhia em uma empresa de capital disperso e sem acionista controlador. O Executivo paranaense, acionista controlador da empresa, permaneceria com participação de pelo menos 15% do capital social total da elétrica.

A Frente Parlamentar das Estatais e das Empresas Públicas grupo foi criado na Alep pelos deputados da bancada de oposição, acompanhou de perto todo o trâmite da privatização da Copel. As lideranças chegaram a promover manifestações populares contra a venda da empresa.

Na última segunda-feira (7), o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Mauricio Requião, suspendeu temporariamente o processo de venda das ações. Poucas horas depois, entretanto, o presidente do TCE-PR, Fernando Guimarães, derrubou a decisão liminar.

Diante do processo de desestatização, o deputado estadual Requião Filho (PT) subiu o tom e cobrou um posicionamento do Governo Federal sobre a venda das ações da Copel. 

“Está na hora de cobrar o Governo Federal, da bancada federal, nos ministros, uma posição firme e uma fala contra a privatização da Copel. Sou líder da oposição ao governo Ratinho (sic) porque acho abominável a entrega de empresas públicas à iniciativa privada, acho absurdo o que faz com a educação. Mas como posso ser oposição se o Governo Federal, que ajudei a eleger e se contrapôs a todas essas bandeiras, agora se cala?”, disparou.

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