Agronegócio
Algodão: pesquisa da UEM mostra que manejo permite até o triplo de plumas

Algodão: pesquisa da UEM mostra que manejo permite até o triplo de plumas

Pesquisadores da Universidade Estadual de Maringá (UEM) estão alcançando  duas ou três vezes mais plumas em uma lavoura ..

Redação - quarta-feira, 21 de julho de 2021 - 10:36

Pesquisadores da Universidade Estadual de Maringá (UEM) estão alcançando  duas ou três vezes mais plumas em uma lavoura de algodão por meio da adoção de um bom manejo de irrigação e controle de pragas agrícolas na fase produtiva. A pesquisa tem demonstrado que esta é uma opção possível para o desenvolvimento e o retorno em grande escala desse cultivo em todo o Paraná, em especial na região do Arenito Caiuá, no noroeste do estado, que apresenta características climáticas favoráveis. As informações são da assessoria de imprensa da UEM.

Segundo a universidade, os experimentos são realizados no Campus Fazenda de Umuarama-PR. Trata-se de um plantio de 3 hectares, com previsão de colheita para a semana que vem. “A área irrigada por aspersão apresenta entre duas e três vezes mais plumas do que a sem irrigação. Demonstra que, mesmo sendo altamente tolerante à seca, a cultura apresenta resposta muito positiva ao fornecimento de água”, explica o professor João Paulo Francisco, do Departamento de Ciências Agronômicas (DCA). Ele é o  líder do Grupo de Pesquisa e Extensão em Irrigação e Agrometeorologia (GPEIA), certificado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

A pesquisa é feita em parceria com a Associação dos Cotonicultores do Paraná (Acopar). O objetivo é promover uma adequada interação entre a planta e o solo, entender melhor a dinâmica do algodoeiro em face das condições meteorológicas e obter altos rendimentos produtivos. Assim, fomentar a cultura do algodão como alternativa de plantio em processos de rotação segura e viável com outras culturas. Além disso, em âmbito nacional, a lavoura de algodão é uma das mais fortes cadeias produtivas do agronegócio, destacando-se mundialmente.

As pesquisas continuarão ao longo das próximas safras, com trabalhos científicos, tecnológicos e de extensão, repassando dados confiáveis aos agricultores. Desde 2020, Francisco estuda as necessidades hídricas da cultura do algodão para a região do Arenito Caiuá. Os resultados preliminares dos pesquisadores detectam que o plantio a partir do início do inverno não é recomendado e pode gerar menos plumas, em razão das temperaturas baixas. O algodão-safra tem seu plantio regular feito no último trimestre de cada ano e o algodão-safrinha é plantado no primeiro bimestre.

 

Controle de pragas na cultura do algodão

Na safra atual, os pesquisadores da UEM avaliaram as consequências de entrada, distribuição e dano do percevejo-marrom, uma praga que migra das lavouras de soja. “Buscamos o desenvolvimento de tecnologias e produtos que possam ser utilizados como soluções viáveis para o controle racional de pragas que possam influenciar a rentabilidade econômica da cultura do algodão”, justifica Julio César Guerreiro, professor do DCA e líder do Grupo de Estudos em Entomologia Agrícola (GEEA).

Segundo ele,  “a cadeia produtiva do algodão no Paraná, que detinha o status de uma das mais importantes do país, tornou-se praticamente insignificante por motivos relacionados à dificuldade de controle de pragas, em específico do bicudo-do-algodoeiro”.

O GEEA, certificado pelo CNPq, estuda desde 2018 “a identificação das principais pragas e inimigos naturais ocorrentes na cultura do algodão, obtendo como possíveis pacotes tecnológicos formas adequadas e economicamente viáveis de amostragem, além da determinação de níveis de controle das principais pragas, disponibilizando alternativas racionais do manejo integrado das potenciais pragas regionais”, finaliza Guerreiro.

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